Dezembro Laranja: Como prevenir o câncer de pele nos animais

Nesse mês de dezembro exploraremos o câncer de pele, um tema de total relevância tanto para humanos como animais, destacando a importância da conscientização e prevenção da doença.

As campanhas mensais de conscientização a determinadas enfermidades tornaram-se uma referência importante na prevenção, conhecimento e esclarecimento do desenvolvimento dessas doenças, que para muitos passavam despercebidas, até se depararem com algumas delas. 

O mês de dezembro foi escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) por ser início do verão no hemisfério sul, onde a exposição à luz solar é a principal etiologia do desenvolvimento do câncer de pele em humanos.

Estatisticamente, o câncer de pele é uma das neoplasias consideradas de maior incidência nos humanos, representando 33% de todos os diagnósticos da doença, seguida pelo câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são registrados a cada ano cerca de 185 mil novos casos. 

Dentre os diversos tipos histopatológicos, o de maior destaque no Brasil é o não melanoma como o carcinoma basocelular (o tipo mais prevalente em humanos), carcinoma espinocelular ou epidermóide. Em menor incidência temos o câncer de pele melanoma mais agressivo que o anterior, com capacidade metastática evidente e alto índice de mortalidade. 

E o câncer de pele nos animais?

A Campanha Dezembro Laranja na veterinária foi baseada e seguida conforme a humana, pois os animais, principalmente cães e gatos, podem desenvolver os mesmos tipos tumorais citados anteriormente e com agressividade semelhante. Porém, destacamos que a etiologia se diferencia em relação a humanos, estando ligada à exposição solar; nos animais a principal causa é genética. Contudo, a radiação solar poderá ser um agravante. 

Quanto à raça e sexo não temos a predisposição, podendo surgir em animais sem raça definida, porém os animais de peles claras são os mais acometidos. 

Como identificar o câncer de pele nos animais

São vários os sinais observados inicialmente pelo tutor, dentre eles:

• Hiperemia local;

• Nodulações;

• Prurido local;

• Sangramento nas feridas;

• Feridas que não cicatrizam;

• Ulcerações;

• Lesões de pele elevadas de variadas colorações;

• Crostas.

Ressaltamos que os sinais além da pele também poderão ser identificados principalmente com quadros metastáticos:

• Dores abdominais;

• Diarreia;

• Emese;

• Aumento de linfonodos circunvizinhos à lesão;

• Dispneia;

• Tosses.

Os locais de maior acometimento são as regiões de cabeça e pescoço, nos felinos muito comum na região periocular, plano nasal e pontas de orelha, porém o surgimento poderá ser em qualquer área do corpo. 

O diagnóstico definitivo é realizado de que forma?

Assim como em outras enfermidades, o diagnóstico é iniciado com os achados físicos, como já citados anteriormente, porém, diversos exames poderão ser solicitados:

• Exames hematológicos (hemograma, bioquímicos e até mesmo sorologia realizando um diagnóstico diferencial de diversas doenças causadoras de feridas);

• Exames de imagem (RX, US, Ressonância, Tomografia) verificando presença de focos metastáticos;

• Citologia como triagem, histopatológicos e imuno-histoquímica complementando o anatomopatológico, identificando e classificando células específicas de uma amostra biológica.

Existe tratamento?

Todos os tipos de câncer devem ser tratados assim que diagnosticados, inclusive os de baixa letalidade. Os tratamentos poderão ser indicados isoladamente, porém a grande maioria dos tratamentos serão associados, dentre as diversas terapêuticas podemos destacar:

• Procedimento cirúrgico;

• Criocirurgia;

• Eletroquimioterapia;

• Quimioterapia;

• Radioterapia;

• Terapias recentes e promissoras como a fotodinâmica.

Vale ressaltar que as novas tecnologias, além da remissão tumoral, apresentam menor efeito colateral, como náuseas, diarreia, apatia, dentre outros. 

Como prevenir o câncer de pele?

Reafirmamos que a principal forma de prevenção é a redução da exposição à luz solar. Ou seja, o animal deverá ficar exposto, porém, nas horas de menor intensidade, até às 10h da manhã ou após às 16h. 

Além da radiação, devemos fazer uso dos protetores solares. Atualmente vários laboratórios desenvolvem fórmulas seguras, devendo ser aplicadas nas áreas de maior exposição e desprovidas de pelos. E não poderíamos esquecer do acompanhamento veterinário constante. 

Sendo assim, prevenir é tratar. A procura do médico veterinário especialista, dermatologista e oncologista, a qualquer achado suspeito, é de extrema importância para a terapêutica eficaz e prognóstico positivo. 

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